segunda-feira, 15 de outubro de 2012

XXVII Naquele dia...



***

Emilie deixou-se convencer e ficou para o almoço. Há tanto tempo que não comia uma refeição tão familiar! E não era só pelas iguarias, era sobretudo pela companhia. Parecia que estava num almoço em Biarritz, só que muitos não estavam ali ou já tinham desaparecido. Ainda assim foi divertido, maravilhoso e um regresso ao passado comum. 
Paulo, a avó Laura insistiram para que Emilie ficasse para passar o resto da tarde. Emilie agradeceu e explicou que tinha mesmo de ir. No entanto, prometeu aparecer mais vezes. A avó Laura sorriu com satisfação. Adorava aquela menina. Emilie despediu-se com beijinhos e abraços. Ia despedir-se do Paulo, mas este disse que ia descer com ela porque ia à rua.
Entraram no elevador e Paulo perguntou a Emilie:
-- Consegues trabalhar depois de uma noitada?
-- Claro! Sou uma diretora com muitas responsabilidades e com muita gente sob o meu comando. Não posso falhar. Amanhã será um dia de reuniões contínuas. E ainda esta semana irei a Madrid.
-- Tens tempo para respirar?
-- Ontem e parte do dia de hoje foi a prova de que tenho. Não achas, Paulo?
Saíram do elevador, saíram do prédio e Paulo ainda perguntou:
-- Não vais desaparecer, pois não? A não ser que tenhas um namorado escondido.
-- Podes estar sossegado. Não desaparecerei.
Beijaram-se e cada um seguiu em sentidos opostos. Chegada a casa, Emilie pôs-se confortável e atirou-se ao trabalho, que prolongou até à uma da manhã.Comeu mais qualquer coisa e foi-se deitar.
Noutro lugar da cidade, na ponte dos apaixonados, alguém recolocava o cadeado com a inicial de Emilie e a sua.


Sem comentários: