terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Ano Novo





Manda a tradição que, ao som das doze badaladas, se comam doze passas e se formulem desejos. Quantos desejos silenciosos, repetidos, ano após ano, não serão ditos? Há sempre crentes! Bons crentes, que formulam os seus desejos para um ano de 366 dias, porque este ano é bissexto, que esperam ver concretizados.
Num novo ano podemos realizar novos projectos, concretizar alguns sonhos adiados, reatar laços perdidos, mas é pouco provável que iniciemos algo de inesperadamente novo. Há projectos que foram construídos no pretérito e que não podemos, nem queremos abandonar.
É um facto que a desesperança acompanha a existência de milhares de seres humanos pelo planeta; outros, inabaláveis nas suas convicções, esperam por uma nova oportunidade. Diz a voz da sabedoria ancestral "Ano novo, vida nova". Como se isso fosse possível! Só se apagássemos todo um percurso que já foi realizado, para o bem e para o mal.
Porém, é esta capacidade, de pedir o impossível e sonhar com o improvável, que projecta o ser humano no tempo e potencia a sua longevidade.

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